That's Amore
Casamento da Mafalda e do Gonçalo no Cercal
27.04.2025
27.04.2025
A Mafalda e o Gonçalo conheceram-se no final de janeiro de 2020, durante uma saída à noite organizada por amigos em comum. Na altura, a interação entre ambos foi breve, mas o reencontro não tardou a acontecer. O contacto manteve-se através de mensagens, numa fase em que partilhavam o interesse pelo boxe, desporto que o Gonçalo pratica há vários anos.
O início da pandemia acabou por ter um papel decisivo na relação. Vivendo sozinhos, optaram por passar o confinamento juntos - uma decisão que, como a própria Mafalda descreve, poderia ter terminado de duas formas: “ou nos matávamos um ao outro e a coisa acabava ou dava em casamento”. Acabou por dar em casamento.
O vestido da Mafalda foi desenhado pela Wheat and Rose, a única marca que visitou após iniciar a procura pelo vestido. Tendo sempre gostado de misturar padrões e de arriscar nas escolhas de roupa, a Mafalda encontrou a confiança que procurava: um atelier português que, segundo descreve, cria “vestidos diferentes para cada noiva”. A ligação ao vestido começou com uma memória: a de ombreiras marcadas, um detalhe que a faz recordar a avó, figura central na sua vida desde a infância.
“A Maria apresentou-me imensos desenhos - todos eles espetaculares e a minha cara. Mas havia um que não me saía da cabeça”. A escolha recaiu num modelo composto por três peças: umas mangas em seda selvagem com gola em organza de seda, formando uma espécie de casaco; um top em linho; e uma saia em chiffon de seda, com uma racha emoldurada por um bordado em algodão sobre musseline de seda. A Mafalda acrescentou ainda um véu por baixo do chapéu que tinha encontrado na Vinted.
Quanto aos sapatos, a única exigência era que fossem brancos ou cremes e que não tivessem um salto muito alto. Durante a sua despedida de solteira, entrou na Alohas e, mal experimentou o modelo escolhido, soube que eram os ideais: “Não tinham quase salto, mas tinham o que eu queria: eram um modelo diferente e com pinta.”
Quando vi as fotografias das jóias que a Mafalda levou, não tive dúvidas que tinham assinatura da Fiorire. Foram todas desenhadas pela Maria Baptista, amiga de longa data da noiva e agora madrinha de baptismo da sua filha Guadalupe. A Mafalda descreve a Maria como alguém com um “talento inexplicável”, cujo trabalho é “digno de ser usado por um rei ou rainha”.
O anel de noivado também foi desenhado pela Maria, em colaboração com o Gonçalo. O anel apresenta uma esmeralda grande no centro, acompanhada por duas menores, simbolizando o casal e a sua filha Guadalupe. As alianças seguiram a mesma linha de personalização, sendo também feitas na Ourivesaria Baptista.
Para a entrada na Igreja, a Mafalda usou brincos clássicos em ouro com esmeraldas e um alfinete de ouro no chapéu. Durante o cocktail, trocou para uns brincos maiores e mais divertidos, mantendo o tom verde do anel.
O ramo da noiva, composto por antúrios brancos com um pé grande, foi uma criação das suas madrinhas.
A maquilhagem foi da responsabilidade da Sara Saavedra, amiga de longa data, que conseguiu criar um look que se manteve impecável durante toda a noite, sem necessidade de retoques. “Ficou incrível e durou a noite toda, até sobreviveu às lágrimas da Igreja”. O cabelo foi feito pela Rita Rodrigues, que maquilhou as madrinhas.
A Maria criou ainda, como surpresa para o Gonçalo, uns botões de punho com esmeraldas.
O Gonçalo sabia exatamente o que queria para o seu fato e optou por mandar fazer um modelo de três peças com um tecido de riscas muito discretas.
A cerimónia religiosa, na qual também batizaram a filha Guadalupe, decorreu na Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Conceição do Cercal, um local que a Mafalda e o Gonçalo escolheram por vários motivos. A proximidade da igreja com o local do copo-d'água foi uma das razões, mas o principal fator foi o que sentiram ao ver o espaço. “É uma igreja pequenina, com um chão super diferente e bonito”.
A festa decorreu na Herdade da Matinha, um local que tem uma forte ligação emocional com o casal. A Mafalda e o Gonçalo já frequentavam o espaço desde o início da sua relação: “Passámos muitos momentos lá, desde antes da Guadalupe nascer até ela ser mais crescida”. Quando decidiram casar, sabiam que queriam realizar a festa nesse espaço especial. Após discutirem a disponibilidade de datas, escolheram o fim de semana de 29 de março, não só por acreditarem que o tempo seria ameno, mas também porque coincidiu com época em que a avó da Mafalda casou com o avô, o grande amor da sua vida.
A decoração foi uma das grandes preocupações da Mafalda e da Filipa - wedding planner responsavél pela Consorte -, que a pensaram ao detalhe durante vários meses. "Eu acabei por comprar muita coisa, outras coisas alugámos, e depois a Filipa implementou tudo no dia". A noiva sempre teve uma grande paixão por decoração, o que fez com que fosse ela mesma a escolher as flores em colaboração com a Filipa. Juntas, procuraram dar vida ao tema que tinham em mente, pensando sempre em como tornar cada elemento único e especial.
O catering da Gengibre superou todas as expectativas do casal. A Mafalda e o Gonçalo tinham sido muito específicos no briefing e pediram que no cocktail houvesse queijos e enchidos italianos, além de outras sugestões criativas. A entrada foi uma sopa de peixe, um dos pratos preferidos dos noivos, e a sobremesa não podia ser outra senão tiramisu. No bar, foram servidos seis cocktails especiais durante toda a festa, a maioria deles com um toque italiano, como Aperol, Negroni, Margarita italiana, Fizz italiano e Expresso Martini, que contribuíram para dar um ambiente descontraído à celebração.
O casamento foi uma fusão das culturas italiana e portuguesa, com um toque muito pessoal. Menos de um ano antes da celebração, a Mafalda perdeu o pai devido a um cancro fulminante que o levou em menos de um mês. Quando decidiram avançar com os preparativos, sabiam que queriam prestar-lhe homenagem e garantir que ele estivesse presente de alguma forma naquele dia tão especial. Como o seu pai era italiano, optaram por integrar elementos da cultura e culinária italiana tanto na decoração quanto no catering. Além disso, em vez de escolherem as tradicionais mesas redondas, preferiram as mesas corridas, como nos casamentos italianos. O casamento foi inspirado pelo tema “That’s Amore”, que a Mafalda encontrou no Pinterest e que ainda não tinha visto em Portugal.
Antes do jantar, quando tirou o casaco do vestido, a noiva trocou para uma gargantilha de pérolas pequeninas e brincos em forma de flor com uma pérola no centro, uma homenagem à sua avó, que sempre usou pérolas.
Para o momento do bolo, uns shots de limoncello, e da dança com o Gonçalo, a Mafalda usou uma gargantilha desenhada especialmente para si, escolhida de entre vários desenhos apresentados pela amiga Maria, e brincos pequenos com rubis.
Para a festa, a Mafalda optou por trocar o vestido por um conjunto da marca Sleeper, conjugado com umas bailarinas da Asos, privilegiando o conforto para poder dançar e aproveitar a pista ao máximo.
A Filipa Oliveira, da Consorte, foi uma peça chave na realização do casamento. “Sem ela, este casamento não tinha acontecido”. A Filipa ajudou-os a encontrar os melhores fornecedores e preços, além de garantir que tudo estivesse a correr conforme o planeado no grande dia. A ideia de ter duas tendas, uma para o jantar e outra para a festa, foi também da Filipa e, segundo o casal, funcionou maravilhosamente bem, pois evitou que as pessoas se dispersassem.
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