Sem regras nem receitas
Casamento da Sara e do Bernardo em Beja
23.03.2025
23.03.2025
Andaram juntos no liceu, no Estoril, e até tinham alguns amigos em comum, mas só em 2020 trocaram as primeiras mensagens. O que começou com um simples café acabou por se transformar numa história que culminou num casamento, em outubro do ano passado, em Beja.
A Sara nunca se imaginou num vestido tradicional de noiva. Simples e descontraída na forma de vestir, passou meses a procurar inspiração sem encontrar nada que realmente a representasse. Até que um dia, no Pinterest, surgiu a imagem certa: uma base minimalista com gola, costas e mangas descobertas, complementada por uma camisola semi-transparente removível. A ideia tomou forma com a ajuda da Dona Fernanda, costureira da sua avó.
Para os tecidos, encontrou um vestido básico da J.Crew na Vinted, com o tom perfeito e tecido suficiente para ser transformado. Incentivada pela mãe, encomendou-o, comprou o tecido para a camisola numa loja em Oeiras e deixou que a Dona Fernanda fizesse magia. No final, o vestido não veio de uma grande casa de moda, mas sim de um processo íntimo e pessoal – um verdadeiro reflexo de quem a Sara é.
Para a maquilhagem, confinou na Madalena Martins, enquanto o cabelo ficou a cargo da Maria João.
Os sapatos foram comprados na Zillian e os brincos, oferecidos pela mãe, eram flores verdadeiras secas da LOA bijoux.
Já o Bernardo levou um fato feito à medida pelo Alphaiate, em Campo de Ourique.
Tanto as alianças como o anel de noivado foram comprados fazer na Ourivesaria Estoril.
A cerimónia foi dirigida pela White Events e decorreu no mesmo espaço do copo-d'água - Quinta da Suratesta. Segundo me contaram os noivos, o espaço foi escolhido pelos seus espaços verdes e pela simpatia dos proprietários (um requisito por vezes subvalorizado, mas que, pessoalmente, considero essencial para a organização de um casamento).
Na véspera do casamento, a Sara percorreu Beja com os pais e a irmã gémea, Leonor, em busca do ramo perfeito. Queria algo selvagem e comprido, e depois de várias tentativas, encontrou a florista certa. Escolheu as flores e, no dia seguinte, os seus pais foram buscá-las.
Optando por não ter wedding planner, nem ninguém que tratasse da decoração, as mães dos noivos foram uma ajuda preciosa na organização deste dia, ajudando inclusivamente na procura de todos os materiais pelos melhores valores.
Na véspera do casamento, os noivos ainda estavam de mangas arregaçadas, a montar cada detalhe da celebração. O temporal dos dias anteriores não ajudou – a trovoada e vento forte que se fizeram sentir gerou a incerteza acerca da possibilidade de um casamento ao ar livre até ao último momento.
A cerimónia, o cocktail e a pista de dança estavam planeados para o exterior, com o jantar numa tenda, mas à última hora tiveram de improvisar, garantindo tendas adicionais para proteger a festa da chuva. Na noite anterior, a Sara acordou com o som da tempestade e achou que tudo podia correr mal! No grande dia, contudo, a chuva quase desapareceu, o frio nunca chegou e até uns raios de sol espreitaram.
Nos dias que antecederam o casamento, familiares dos dois lados e duas amigas juntaram-se para ajudar, tornando cada pormenor ainda mais especial – desde as flores e jarros espalhados pelo espaço, até às luzes que o pai da Sara pendurou. O pai do Bernardo cuidou das plantas, e tudo, sem exceção, foi feito por eles!
A irmã da noiva, a Margarida, fez o design do “Save the Date”, que representava as montanhas do Alentejo. A irmã do noivo, a Catarina, tratou do resto do estacionário, de acordo com o gosto do casal.
Na mesa dos noivos, os lugares foram marcados por guardanapos bordados pela Fábrica da Pi.
O jantar, que incluiu porco no espeto e paelha, ficou a cargo da M Catering.
Juntamente com a sua mãe, a noiva criou uma base de cartão para dispor brigadeiros, que seria o bolo dos noivos. Algumas amigas e familiares ajudaram a colar as folhas que emolduraram a estrutura.
Os noivos elegeram o Atelier Memória para fotografar o dia e desafiaram o amigo Jan Lago, que não costuma fazer casamentos, para se encarregar do vídeo.
No casamento da Sara e do Bernardo, cada detalhe foi pensado de forma genuína, sem regras impostas ou receitas pré-definidas. Não houve banda ao vivo nem dois vestidos exuberantes, mas também não faltou emoção, personalidade e significado. Provaram que um casamento não precisa de seguir um roteiro convencional para ser memorável – basta que seja autêntico e verdadeiro para quem o vive. Mais do que seguir tradições ou tendências, um casamento deve refletir a história e os valores de quem o celebra.
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