Jam session entre amigos
Casamento da Mariana e do Ipy no Estoril
11.05.2025
11.05.2025
A Mariana e o Ipy (Felipe) têm uma daquelas histórias que parecem desenhadas ao pormenor pelo acaso, ou pelo destino, dependendo da leitura. Conheceram-se num campo de férias em 2014, mas a memória desse encontro não é partilhada por ambos: ela lembra-se perfeitamente, já ele precisou de ver uma fotografia para acreditar. Voltaram a cruzar-se no comboio rumo à WebSummit em 2016, por via de um amigo em comum e o empurrão final foi dado por uma outra amiga (hoje madrinha de casamento), que viu ali um par com potencial e tratou de aproximá-los. Foi a alegria, a paixão pela música e a rua onde cresceram, onde ainda hoje vivem e onde as suas avós eram amigas e vizinhas, que os foi unindo.
O cabelo era, para a Mariana, uma das maiores fontes de ansiedade no processo do casamento. Nunca o apanha, raramente o arranja e sente que altera completamente quem é. Por isso, quando chegou à prova com a Top Knot - que, entretanto, se dá pelo nome de Amê, o momento foi desafiante: foi preciso um trabalho conjunto de afinação até chegar ao essencial. E o essencial era “simples, discreto, sem artifícios”. No fim, sentiu-se uma princesa, graças ao trabalho do Bernardo. Já a maquilhagem ficou a cargo da Joana, que combinou criatividade com uma enorme sensibilidade para ouvir e respeitar os desejos da noiva. No dia do casamento, enfrentaram juntas um escaldão no nariz, mas com cuidados certos e mãos experientes, tudo correu da melhor forma.
O ramo, com callas numa cor forte e elegante, foi feito pela amiga Carmo.
Há uns anos, a Mariana viu um vestido de noiva que a fez pensar: “Se um dia me casar, podia ser este.” Descobriu que era da Iza Van e nunca mais esqueceu o nome. Quando ficou noiva, visitou vários ateliers, mas foi na Iza Van que encontrou espaço para ser ouvida. A Iza acolheu a sua criatividade, os seus sonhos e até as inseguranças, respeitando o desejo por algo elegante, com classe, sem véu, sem rendas, sem bordados.
"Foi um processo desafiante! As provas espaçadas davam-me espaço e tempo para continuar a ver muitos vestidos lindos e de estilos diferentes que acabavam por me baralhar. Lembro-me que tive imensos pesadelos com o vestido - sonhava que o vestido afinal era cor-de-rosa, que era preto, que era feio, enfim... loucuras de noivas que nunca pensei que me fossem acontecer!"
Os sapatos foram feitos à medida no atelier Fátima Alves e os brincos, herdados da avó, tiveram um simbolismo especial. Eram da sua avó materna, dona da casa onde o casamento aconteceu, e passaram para a mãe em 2019, ano em que a avó morreu. Sempre quis tê-la presente neste dia e os brincos pareceram-lhe a homenagem perfeita. Depois do casamento, foram-lhe oferecidos pelos pais, num gesto que tornou tudo ainda mais simbólico. O anel de noivado, da Luíz Ferreira, tem uma pedra rosa, a cor preferida da noiva e uma escolha certeira do Ipy. Quanto às alianças, foram compradas numa ourivesaria do Monte Estoril.
O Ipy levou um fraque da Wickett Jones e um colete feito à medida na Alfaiataria Piccadilly.
O Ipy e os padrinhos usaram botões de punho iguais, em prata, com as iniciais de cada um gravadas. Os do Ipy tinham-lhe sido oferecidos pelo padrinho de Crisma. Mais tarde, foi essa mesma peça que escolheu oferecer aos padrinhos quando os convidou para o acompanhar no casamento.
A cerimónia, acompanhada por um coro constituído por amigos, foi na Igreja de Santo António do Estoril.
A casa dos avós da Mariana foi o cenário de todas as festas de anos da sua vida, do seu batizado e, agora, também do casamento. Já tinha sido palco do casamento dos pais e do irmão mais velho. Situada sobre a Praia do Tamariz, onde o casal começou a namorar e onde ficou noivo, esta casa com vista para o mar e cheia de memórias familiares era, sem hesitações, o lugar certo.
"Eu canto, fiz vários teatros musicais, e o Ipy é baterista (faz parte da banda Sexto Dedo, que toca em vários casamentos). No cocktail, formámos uma banda de amigos e foi épico. Chamámos seis amigos e cada um cantou duas músicas. Eu, Mariana, também cantei duas músicas e foi muito especial. Chamámos-lhe uma "jam session entre amigos"."
"No dia, o Ipy tinha preparado uma serenata para mim - cantou a música "Cartório" do Miguel Araújo. Unpopular opinion: O Ipy tem uma voz linda, rouca, e é super afinado! Eu não estava nada à espera, é sempre muito tímido a cantar, e ali foi mesmo surpreendente e bonito! Adorei. Minutos mais tarde, quando assumo eu o microfone para cantar a música "Valerie", o Ipy saltou para a bateria e tocou esta música comigo. Apesar de termos a paixão pela música em comum, nunca tínhamos atuado enquanto banda: ele na bateria e eu a cantar. Foi tão especial!!"
O catering ficou a cargo do Páteo Velho, a organização e decoração da Festa Aluga e os centros de mesa da Maria Matos.
No almoço de casamento, que antecedeu uma pista de dança ao pôr-do-sol, houve espaço para algo que o casal fazia mesmo questão de incluir: discursos. Com um limite claro de três minutos por pessoa, discursaram os pais dos noivos, uma madrinha e um padrinho, para além dos próprios noivos.
"Foi tão especial ouvir dos nossos pais e amigos-irmãos palavras tão bonitas e certeiras neste dia."
O bolo dos noivos, era uma torre de bolachas da Pastelaria Garrett, que são preferidas dos noivos - umas flores com uma bola de chocolate no meio.
As fotografias ficaram a cargo do Simão Pernas e o vídeo do Rodrigo Carmona.
"Os discursos ficam para sempre, sem dúvida. A missa, a serenata... enfim, tudo o que é pensado e personalizado pelos noivos e para os noivos é o que fica para sempre. Não vale a pena querer tudo perfeito e organizado ao milímetro. Preocupem-se em fazer as coisas verdadeiramente à vossa maneira - é isso que torna o dia especial para os noivos e convidados. Ninguém fica indiferente a um casamento que transmite 100% a energia dos noivos, é impossível! Porque isso é o que envolve os noivos neste dia e o que transforma os convidados."
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