A Mariana e o Alê casaram no mesmo dia que eu, mas na Madeira, a terra natal da noiva, que recebeu convidados do continente e também do Brasil, de onde o noivo é natural.   

Conheceram-se em 2019 na Costa da Caparica, como dois amigos que faziam parte de um grupo. Em 2021, a Mariana visitou o Brasil pela primeira vez, reencontrou o Alexandre, e foi a partir desse momento que a relação começou a florescer, sempre com uma gestão cuidadosa das expetativas, dada a distância cultural: dois países, duas culturas e duas vidas muito diferentes. Mas, como me disse a Mariana: “O que tem de ser, tem muita força e, mais uma vez, a vida provou-nos que os seus planos são geralmente melhores do que os nossos. Basta confiar e entregar!”  

A lembrança para os convidados foi o próprio convite: um lenço pintado em aguarela que contava a história dos noivos.  

O vestido foi desenhado pela própria Mariana, que é designer de moda e fundou a sua marca de roupa, a Sous, em 2013. A peça foi uma homenagem à história da sua família, às suas raízes e às mulheres que marcaram a sua vida. Foi bordado pela avó Zita, com a ajuda de duas artesãs da ilha da Madeira, e finalizado pela mãe, Zélia.  

O véu igualmente bordado à mão, criado em Madrid pela Ynésuelves, "reflete e as suas raízes, misturando a beleza de Portugal, a alegria do Brasil e a espiritualidade da Rainha do Mar, Yemanjá". 

A maquilhagem foi feita pela Érica Sousa, irmã da noiva, e o cabelo pelo amigo Max Moraes – um cabeleireiro de origem brasileira com base atual na ilha da Madeira.  

A Mariana levou uns sapatos Manolo Blahnik e um ramo de antúrios verdes e orquídeas brancas feito pela Heartmade.   

Como acessórios, a noiva usou uns brincos, um colar e uma pulseira da Marina Moreno, presentes oferecidos pelo marido - um romântico que herdou do seu pai, avaliador de jóias, o gosto por joalharia.   

A Mariana levou também um anel da Beatriz Jardinha em formato borboleta.

Enquanto se juntavam para a cerimónia, os convidados foram recebidos pelo cantor Tiago Sena, no roseiral.

Para a entrada, o irmão da noiva preparou uma surpresa e cantou o seu fado preferido de Ana Moura, “Olhos de Deus”.  

A noiva deu algumas indicações de como imaginava o fato ideal para o Alê, mas só o viu no dia do casamento. O fato de linho foi feito na Alfaiataria Persona, em São Paulo, enquanto a camisa e o lenço, ambos de seda, eram da marca Sous.  

A cerimónia civil e o copo-d'água tiveram lugar na Quinta Jardins do Imperador, que em breve dará lugar ao Museu do Romantismo. A Mariana, que sempre viveu e cresceu no Monte, a apenas 10 minutos a pé da quinta, não poderia ter escolhido outro local que fizesse mais sentido.  

À saída da cerimónia, os convidados lançaram pétalas, alecrim e lavanda, entregues pelas senhoras da dança tradicional da Madeira, o "Bailhinho". 

Se por um lado as raízes da noiva se fizeram notar nas danças tradicionais e na comida, também as origens do noivo foram celebradas com o ritmo da roda de samba AJM Melro Preto.  

Os noivos escolheram o catering do grupo Porto Bay.   

Como artista, a Mariana idealizou e planeou todo o casamento com base nas inspirações que foi registando ao longo do tempo. Para as mesas, pediu flores da época, típicas da ilha, misturadas com folhagem e calhaus, uma referência às praias madeirenses. 

A Villas Balloons levou os balões e um dos padrinhos ajudou a transportar carvalhos para o local do evento.

O estacionário foi idealizado pela noiva e tornado real pelo estúdio Aragem Rio. “Lindo, lindo!”. Sobre o jantar buffet e a seleção de vinhos, os noivos deixaram em cada lugar uma mensagem para os convidados.   

Os convidados foram distribuídos por mesas com nomes inspirados em bebidas tradicionais, como a poncha, a caipirinha e a nikita. A mesa dos noivos era a "misturada de todos os ingredientes".

Para a festa, animada entre o Dj Canada e o Dj Vinci, a Mariana usou o vestido de noiva da sua mãe transformado por si numa versão mais burlesca.   

No final da noite, as flores que tinham sido distribuídas pela decoração foram rearranjadas em ramos e oferecidas aos convidados.

As fotografias ficaram a cargo de Zaphrier Dan, Carlos Pinto e Georgina Abreu, enquanto do vídeo trataram os Push Off Studios.